Novo ano, Novo você, Novos objetivos. 🥂🍾 Comece 2024 com 70% de desconto no 12min Premium!
QUERO APROVEITAR 🤙Operação Resgate de Metas: 63% OFF no 12Min Premium!
Novo ano, Novo você, Novos objetivos. 🥂🍾 Comece 2024 com 70% de desconto no 12min Premium!
Este microbook é uma resenha crítica da obra: Por que a China pode ser o próximo império mundial
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN:
Editora: 12min
Nas últimas décadas, a China saiu de uma economia agrícola isolada para se tornar a segunda maior potência do mundo. Mas o que vem agora pode ser ainda mais significativo. Longe de depender apenas de mão de obra barata ou exportações, o país tem operado sob um plano de longo prazo para assumir uma posição de hegemonia global até meados do século XXI. Essa transformação não é fruto do acaso: envolve decisões estratégicas em educação, tecnologia, diplomacia e indústria.
Desde as reformas de mercado iniciadas por Deng Xiaoping até os megaprojetos de infraestrutura liderados por Xi Jinping, a China vem moldando silenciosamente as bases de um novo modelo de império: não necessariamente territorial, mas baseado em influência, dependência e presença global. Esse movimento reconfigura o equilíbrio de poder com os Estados Unidos e desafia a ordem liberal construída após a Segunda Guerra.
Este microbook mostra por que a China pode ser o próximo império mundial — e o que isso exigirá dela. Vamos explorar as etapas históricas, os investimentos em ciência e educação, os conflitos comerciais, o papel das empresas chinesas no cotidiano global e os entraves ainda existentes. Um guia direto e acessível para entender o cenário que pode marcar a geopolítica do século XXI.
A ascensão da China como potência global não é um fenômeno espontâneo, mas resultado de um projeto de longo prazo. Esse projeto começa oficialmente em 1978, quando Deng Xiaoping dá início às “Reformas e Abertura”. A partir daí, o país adota elementos do capitalismo para estimular seu crescimento, mantendo o controle estatal centralizado. A entrada na OMC, em 2001, acelera esse processo: empresas ocidentais passam a produzir na China, facilitando a transferência de conhecimento, tecnologia e logística global.
Em 2015, o governo lança o plano "Made in China 2025", cujo objetivo é tornar o país líder mundial em dez setores estratégicos, incluindo inteligência artificial, veículos elétricos, robótica e biotecnologia. O plano inclui metas claras de autossuficiência tecnológica e domínio de cadeias de valor.
Paralelamente, Xi Jinping articula o plano China 2049, cuja meta simbólica é transformar a China na principal potência mundial até o centenário da Revolução Comunista. O plano combina expansão econômica, diplomacia ativa e reforço da legitimidade interna.
Alguns marcos:
A estratégia chinesa não depende de rupturas. Ela é incremental, acumulativa e silenciosa — baseada na repetição disciplinada de ciclos de aprendizado. Não se trata apenas de crescer, mas de moldar o futuro segundo seus próprios termos.
A China entende que não se constrói um império apenas com PIB e tecnologia. É preciso influência duradoura — e, nesse ponto, o projeto Belt and Road Initiative (BRI) é a peça central. Lançado em 2013, o plano busca reconstruir, em escala global, as antigas rotas comerciais da Ásia com dois eixos: o terrestre (Cinturão) e o marítimo (Rota). A estratégia é simples, mas poderosa: financiar infraestrutura em países em desenvolvimento, conectando portos, ferrovias, estradas, usinas e redes de telecomunicação — quase sempre com capital e empresas chinesas.
Mais de 150 países já aderiram ao projeto, incluindo economias da África, América Latina, Leste Europeu e Sudeste Asiático. Em troca do investimento, esses países assumem dívidas significativas com o governo ou bancos chineses, o que aumenta sua dependência econômica e política. O termo usado por analistas é “diplomacia da dívida”, e o padrão se repete: quando um país não consegue pagar, a China renegocia em troca de concessões estratégicas, como portos ou zonas comerciais.
Além disso, a China tem fortalecido sua presença em organismos multilaterais e criado alternativas ao sistema financeiro ocidental, como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e parcerias com os BRICS.
Essa diplomacia da infraestrutura é eficaz por sua baixa fricção: não exige mudança de regime, não impõe condições democráticas e oferece resultados tangíveis. Para muitos países, especialmente os que já enfrentaram imposições de instituições ocidentais, a proposta chinesa parece mais pragmática e menos intervencionista.
Durante décadas, a China atraiu empresas estrangeiras com mão de obra barata e isenções fiscais. Mas esse processo nunca foi apenas sobre custo. O objetivo era aprender como se faz: copiar, adaptar, superar. O país exigia que empresas compartilhassem tecnologia em joint ventures com grupos locais — e assim construiu uma engenharia reversa sistemática. Esse modelo deu origem a gigantes como Huawei, BYD, DJI, Lenovo e Alibaba.
Hoje, a China não apenas produz; ela inova em escala. Em 2023, ultrapassou os Estados Unidos em número de artigos científicos indexados, em registros de patentes internacionais e em publicações sobre inteligência artificial. No setor de carros elétricos, lidera globalmente: a BYD superou a Tesla em volume de vendas no final de 2023. No 5G, a Huawei já opera redes em mais de 100 países. Em painéis solares, drones, baterias de lítio e ferrovias de alta velocidade, a China dita o ritmo.
Isso é parte do plano "Made in China 2025", que visa reduzir a dependência de componentes ocidentais. A meta é que 70% dos insumos tecnológicos críticos sejam produzidos internamente. Ao mesmo tempo, o país subsidia pesadamente setores estratégicos e protege seus dados e mercados, criando um ecossistema fechado onde gigantes chinesas prosperam.
A disputa por chips é o novo campo de batalha: os Estados Unidos impuseram sanções para conter o acesso da China a semicondutores avançados. A resposta veio com investimento bilionário em fábricas nacionais, indicando que o confronto tecnológico será uma das forças centrais do século XXI.
O avanço da China como potência global também depende de fatores menos visíveis, como o investimento em educação e a organização interna do país. Desde o início das reformas econômicas, o governo chinês tem priorizado o ensino, especialmente nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Hoje, a China forma milhões de profissionais altamente qualificados por ano, o que alimenta seu crescimento em setores estratégicos como inteligência artificial, energia, telecomunicações e transporte.
Universidades como Tsinghua e Peking estão entre as melhores da Ásia, e estudantes chineses se destacam internacionalmente em competições acadêmicas. Além disso, o país envia centenas de milhares de alunos para estudar fora, principalmente nos Estados Unidos, Europa e Austrália — muitos dos quais retornam com conhecimento técnico e experiência global.
Ao mesmo tempo, o governo mantém uma estrutura centralizada de gestão social, com forte presença tecnológica. Sistemas de monitoramento de dados, regulamentações digitais e diretrizes de comunicação pública ajudam a manter estabilidade e coordenação em larga escala. A ideia é evitar crises internas e garantir que as políticas de longo prazo sejam aplicadas de forma contínua.
Outro ponto importante é a valorização da identidade nacional. O ensino básico e a mídia reforçam o papel da China no mundo e a importância de seu desenvolvimento. Essa combinação entre educação técnica, planejamento interno e coesão social é uma das bases que sustentam o projeto chinês de crescimento global.
A China quer crescer. Os Estados Unidos querem continuar no topo. Esse choque de interesses criou uma disputa global que lembra, em muitos aspectos, a Guerra Fria do século XX — mas agora sem blocos ideológicos claros e com foco em tecnologia, comércio e influência regional.
Nos últimos anos, os Estados Unidos passaram a tratar a China como principal rival estratégico. O governo americano aplicou sanções contra empresas chinesas (como Huawei), proibiu exportação de chips avançados, e vetou o uso de tecnologias chinesas em áreas sensíveis. O objetivo é conter o avanço chinês em setores como inteligência artificial, 5G, computação quântica e semicondutores.
Além disso, os Estados Unidos reforçaram alianças militares e comerciais na Ásia, como o QUAD (com Japão, Índia e Austrália) e a AUKUS (com Reino Unido e Austrália). Esses acordos visam garantir presença ocidental em regiões que a China tenta influenciar, como o Mar do Sul da China e o Indo-Pacífico.
O ponto mais sensível é Taiwan. A ilha é autônoma, mas a China a considera parte do seu território. Os Estados Unidos não reconhecem formalmente a independência de Taiwan, mas vendem armas ao governo local e mantêm presença militar na região. Isso gera tensão constante.
A disputa entre as duas potências ainda é contida, mas o risco de escalada existe. Não se trata apenas de economia: está em jogo qual modelo de poder vai liderar o mundo nas próximas décadas — o americano, descentralizado e liberal, ou o chinês, centralizado e planejado.
Mesmo sem liderar oficialmente o sistema global, a China já está presente no cotidiano de bilhões de pessoas. Essa influência não vem por meio de invasões ou tratados, mas pela distribuição em massa de produtos e plataformas. É uma forma de presença silenciosa — econômica e cultural — que se espalha por conveniência, preço e escala.
Marcas como Shein, AliExpress e Temu dominam o e-commerce internacional com produtos baratos e entregas rápidas. A empresa BYD, pouco conhecida até recentemente, ultrapassou a Tesla em vendas globais de carros elétricos no fim de 2023. No setor de tecnologia, a Huawei ainda é uma das líderes mundiais em 5G, mesmo sob sanções. E no entretenimento digital, o TikTok, controlado pela chinesa ByteDance, molda hábitos de consumo e comportamento entre jovens em todo o planeta.
Essa expansão é reforçada por uma cadeia produtiva altamente integrada: quase todos os smartphones, dispositivos eletrônicos, roupas e brinquedos vendidos no Ocidente têm alguma etapa de produção ou montagem na China. Mesmo marcas ocidentais dependem da logística e da mão de obra chinesas para funcionar.
Além dos produtos, a China também tenta ampliar sua influência cultural e diplomática. Investe em redes de mídia internacionais, institutos Confúcio, contratos com universidades e patrocínios esportivos. O objetivo é suavizar sua imagem global e se apresentar como alternativa viável à liderança dos Estados Unidos.
Essa presença global, construída em menos de 30 anos, não é apenas econômica. Ela cria vínculos de dependência que moldam decisões políticas, regulatórias e estratégicas em diversos países.
Apesar dos avanços, a China ainda enfrenta obstáculos significativos para se consolidar como império global. O primeiro é demográfico: a população chinesa está envelhecendo rapidamente. Em 2023, o país registrou pela primeira vez mais mortes do que nascimentos em décadas. Isso pressiona o sistema de previdência, reduz a força de trabalho e desacelera o consumo interno.
Outro ponto é a crise no setor imobiliário, responsável por cerca de 25% do PIB chinês. Empresas como Evergrande e Country Garden colapsaram sob dívidas bilionárias, revelando uma bolha especulativa. Como milhões de chineses investem suas economias em imóveis, esse colapso afeta a confiança da população e limita a capacidade do governo de estimular a economia por esse setor.
A imagem internacional também é um desafio. Embora a China invista pesado em diplomacia e infraestrutura global, ainda enfrenta desconfiança em países do Ocidente e mesmo em regiões onde atua com força, como África e Sudeste Asiático. A associação com autoritarismo, censura e vigilância limita sua aceitação como modelo a ser seguido.
Além disso, a dependência de importação de energia e alimentos torna o país vulnerável a bloqueios ou conflitos em rotas estratégicas, como o Estreito de Malaca. A busca por autossuficiência nesses setores ainda é um processo em andamento.
Por fim, há a questão da transição interna: manter crescimento econômico com controle político rígido, sem abrir espaço para instabilidade. Esse equilíbrio exige ajustes constantes — e não há garantia de que funcionará indefinidamente.
Se a China de fato se tornar a potência dominante nas próximas décadas, os efeitos não ficarão restritos à geopolítica. Eles vão chegar até o cotidiano de pessoas comuns — no consumo, na tecnologia, no trabalho, nas decisões políticas e até na cultura.
No campo tecnológico, veremos uma presença ainda maior de produtos e plataformas chinesas. Softwares, sistemas operacionais, redes sociais, carros elétricos e dispositivos inteligentes poderão ser majoritariamente projetados na China. Isso significa novas lógicas de funcionamento, novos padrões de design, integração com sistemas fechados e, possivelmente, mais restrições no uso de dados e privacidade, a depender do modelo exportado.
Do ponto de vista econômico, a centralidade da China pode levar à redefinição de moedas de referência, cadeias de suprimento e acordos comerciais. Um exemplo seria o yuan ganhando força como alternativa ao dólar em transações internacionais, o que mudaria o custo de importações, investimentos e crédito no Brasil e no mundo.
No plano político e cultural, o domínio chinês traria um novo tipo de influência global: menos baseada em valores universais e mais orientada à estabilidade e ao desenvolvimento técnico. Isso pode afetar o modo como democracias negociam com regimes mais fechados, e até influenciar padrões de liberdade de expressão em plataformas digitais.
Por fim, a ideia de “centro do mundo” deixaria de ser o Ocidente. A lógica de inovação, os modelos de cidade, os aplicativos, os modos de vida — tudo isso poderia passar a refletir prioridades e visões de mundo moldadas por Pequim.
Ao se cadastrar, você ganhará um passe livre de 7 dias grátis para aproveitar tudo que o 12min tem a oferecer.
Agora o 12min também produz conteúdos próprios. 12min Originals é a ferram... (Leia mais)
De usuários já transformaram sua forma de se desenvolver
Média de avaliações na AppStore e no Google Play
Dos usuários do 12min melhoraram seu hábito de leitura
Cresca exponencialmente com o acesso a ideias poderosas de mais de 2.500 microbooks de não ficção.
Comece a aproveitar toda a biblioteca que o 12min tem a oferecer.
Não se preocupe, enviaremos um lembrete avisando que sua trial está finalizando.
O período de testes acaba aqui.
Aproveite o acesso ilimitado por 7 dias. Use nosso app e continue investindo em você mesmo por menos de R$14,92 por mês, ou apenas cancele antes do fim dos 7 dias e você não será cobrado.
Inicie seu teste gratuitoAgora você pode! Inicie um teste grátis e tenha acesso ao conhecimento dos maiores best-sellers de não ficção.